A “sexta-feira negra”, numa tradução literal do termo em inglês, que poderíamos chamar de “torra torra”, ou sexta-feira de preços queimados, aproximando seu sentido para o português, tornou-se a data da abertura oficial da temporada de compras para o Natal nos Estados Unidos. Ela acontece no dia posterior ao tradicional feriado norte americano de “ação de graças” que é sempre na quarta quinta-feira do mês de novembro, quando as lojas e o comércio em geral oferecem descontos e promoções que atraem multidões as compras. A estratégia de vendas dos gringos tornou-se tão popular por lá que foi adotada por logistas de muitos países do mundo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (IDEC), no Brasil, onde o peru é assado no natal, a Black Friday é promovida desde 2010, quando começou apenas pelas vendas on-line, mas aos poucos foi incorporada pelo varejo físico, incluindo atualmente estabelecimentos de pequeno a grande porte que se utilizam da estratégia de marketing para atrair consumidores. Existem inclusive algumas lojas que não se apegam a um dia específico de promoção e promovem as “Blacks-Weeks” que chegam a durar mais de semana.
Também tornaram-se corriqueiros, na terra dos Tupiniquins, os descontos de 50% sobre o dobro do preço normal. Alguns sites e os Procons fazem monitoramento dos preços e procuram reprimir as fraudes. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), atualmente vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, lembra que os consumidores precisam controlar seus impulsos e acima de tudo evitar endividamentos que não caibam no seu orçamento.
O orientador financeiro Alessandro Azzoni explica que, para conseguir uma oferta interessante, é fundamental fazer uma pesquisa de mercado e entender se o valor do produto desejado realmente sofreu a queda anunciada pela loja. “Em meados de outubro, muitas empresas aumentam os preços e, na chegada da Black Friday, reduzem novamente, causando uma falsa sensação de barateamento das mercadorias” (…) “Por isso, começar a acompanhar a evolução dos valores com antecedência, pelo menos um mês antes da data, é muito importante”, acrescenta.
Outra dica interessante é comparar os preços praticados pela mesma empresa nas lojas físicas e no meio virtual. “É comum que as lojas físicas anunciem produtos com o valor já praticado na loja virtual e sinalizem o preço como oferta de Black Friday, o que também é uma prática enganosa”, alerta Alessandro. “Quando encontrar uma oferta na internet, salve uma imagem da tela antes de ir à loja física para facilitar a comparação”, recomenda.