BRASIL PARTICIPA DE FÓRUM INTERNACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR NA RÚSSIA

XII Fórum Internacional de Energia Nuclear

O Fórum Internacional de Energia Nuclear (Atomexpo) foi criado em 2009 na Rússia e busca colaboração internacional no desenvolvimento do setor. Era realizada anualmente até 2019, quando tomou-se a decisão de torná-la bienal. No entanto, em 2021 por conta da pandemia do coronavírus o evento não ocorreu como previsto. Nessa segunda, 21 de novembro de 2022, o fórum foi retomado na cidade Russa de Sochi.

O fórum anterior, a Atomexpo-2019, contou com a participação de mais de 4.000 pessoas, entre elas especialistas e pesquisadores de renome internacional na área, além de representantes das principais empresas da indústria nuclear do mundo, agências governamentais e organizações internacionais e não comerciais de 74 países, que firmaram mais de 40 acordos de cooperação multilaterais.

A retomada do fórum nesse ano conta com a participação de pouco mais de 50 países. Em pronunciamento na seção plenária de abertura o diretor da Agência Estatal de Energia Atômica da Rússia (Rosatom), Alexei Likhachev, salientou que ao contrário de outras empresas estatais e setores da economia, não houve nenhuma sanção contra a Rosatom nem contra a indústria nuclear russa desde o início da operação especial Russa na Ucrânia.

Na mesma linha de raciocínio o Ministro das Relações Exteriores e Comércio da Hungria, Peter Szijjarto, em seu pronunciamento na sessão de abertura da Atomexpo, disse que a Hungria sempre se opôs à qualquer imposição de sanções contra a energia nuclear que é questão de soberania nacional como todas as questões energéticas.

A Delegação Brasileira é liderada pelo Almirante da Marinha do Brasil, Ney Zanella dos Santos, nomeado presidente da ENBPar, (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), estatal criada durante o processo de privatização da Eletrobrás que assumiu os controles da Hidrelétrica Binacional de Itaipu e das Industrias Nucleares do Brasil (INB), além de gerir programas governamentais como o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), o Mais Luz para Amazônia e o Mais Luz para Todos.

Ney Zanella em seu pronunciamento na abertura da Atomexpo-2022 declarou “O foco é expandir as atividades nucleares no Brasil, não só a produção de energia, mas também a mineração [de urânio]” (…) “Queremos não só Angra 3, mas também Angra 4, e estamos com um projeto de mineração em Santa Quitéria para, em parceria com a iniciativa privada, produzir urânio yellow cake no Nordeste brasileiro.”

Chefe da delegação Brasileira

Outro integrante da delegação brasileira ao encontro, Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), lembrou que foi na gestão de Lula que as obras de Angra 3 tiveram início e argumentou que retroceder nesse projeto agora seria um enorme equívoco. Cunha também destacou a colaboração da Rosatom no fornecimento de radiofarmicos, essenciais para o diagnóstico e tratamento de vários tipos de câncer, durante a pandemia da COVID-19.

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