Em 28 de agosto de 2023, a Suprema Corte do Chile proferiu uma decisão histórica, de maneira unânime, condenando sete militares da reserva por seu envolvimento no sequestro e assassinato do emblemático cantor e compositor Víctor Jara, assim como do ex-diretor de prisões Littré Quiroga. A sentença ocorreu duas semanas antes do 50º aniversário do golpe de Estado liderado por Pinochet, que depôs o presidente socialista Salvador Allende.
Victor Jara, foi uma das vozes mais proeminentes da música popular da América Latina, no transcorrer dos acontecimentos do golpe militar no Chile foi torturado e morto com 44 tiros após ser detido na Universidade Técnica do Estado. Os condenados pelo seu assassinato têm entre 73 e 86 anos e estavam todos em liberdade.
Os oficiais da reserva do Exército Raúl Jofré, Edwin Dimter, Nelson Haase, Ernesto Bethke, Juan Jara e Hernán Chacón, juntamente com Rolando Melo, foram sentenciados a penas que variam de 8 a 25 anos de prisão. A Suprema Corte condenou os acusados pelos crimes de sequestro e assassinato, tanto de Jara quanto de Quiroga, que estiveram detidos no Estádio Chile, em Santiago, nas primeiras fases do regime de Pinochet.
O general aposentado do exército chileno de oitenta e seis anos, Hernán Carlos Chacón Soto, cometeu suicídio nessa terça-feira, momentos antes de ser transferido para a prisão de Puntateuco para começar a cumprir sua sentença de 25 anos pelos crimes cometidos contra o cantor e compositor.
O caso de Víctor Jara e Littré Quiroga representam uma parte significativa da memória coletiva do Chile e, após décadas de espera, as famílias e defensores da justiça encontram algum alívio na responsabilização final dos envolvidos, pelo direito de viver em paz.
