ALZHEIMER AOS 19 ANOS

O Journal of Alzheimer’s Disease publicou no final de janeiro de 2023 o caso de um adolesctente chinês que já aos 16 anos de idade começou a apresentar problemas de concentração que evoluiram gradualmente para a perda de memória e a constatção do quadro de Alzheimer.

O diagnóstico foi feito por especialistas do Centro de Distúrbios Neurológicos e do Departamento de Neurologia do Hospital Xuanwu, na China, depois de uma série de testes médicos padronizados. Na publicação do caso pode-se ler:

“A tomografia por emissão de positrões (PET) e a ressonância magnética com fluordesoxiglicose revelaram atrofia do hipocampo bilateral e hipometabolismo no lobo temporal bilateral. O exame do líquido cefalorraquidiano do paciente mostrou um aumento da concentração de p-tau181 e uma diminuição da relação amiloide-β 42/40. No entanto, por meio da sequenciação do genoma, nenhuma mutação genética conhecida foi identificada”

A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.

O Alzheimer ainda não tem cura e os atuais tratamentos concentram-se em melhorar a qualidade de vida dos acometidos e retardar o avanço inevitável da doença que manifesta-se em etapas que incluem falta de concentração, perda da memória recente, alterações na personalidade, restrição de habilidades visuais e espaciais, dificuldade de falar, comunicar e executar atividades simples, agitação, insônia, (em alguns casos agressividade) incontinência urinárai e fecal, dificuldades de comer, deficiências motoras e nas fases terminais restrição ao leito, mutismo, dor na deglutição e infecções intercorrentes.

Também não são conhecidas as causas da moléstia, mas acretida-se que ela pode ter influências hereditárias e causas genéticas, embora o adolescente chinês não tenha casos conhecidos na família. Também acredita-se que por atingir pessoas com menos escolaridade, quanto maior for a estimulação cerebral da pessoa, maior será o número de conexões criadas entre os neurônios e melhor seriam as formas de contornar as lesões cerebrais e impedir a manifestação do Alzheimer. Por isso, uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida.

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