ANTES DA BOLA ROLAR, AS POLÊMICAS NO QATAR

O secretário-geral da Copa do Mundo responde às críticas que o país vem recebendo de parte da imprensa mundial.
Inovação ou erro histórico?

Restrições na venda de cerveja, controle sobre gravações e a reportagens jornalísticas, questões feministas, falta de democracia e até censura a músicos israelenses reverberam em noticiários pela imprensa fora da sede da Copa do Mundo de Futebol desse ano.

Por enquanto prevalece a convicção das autoridades locais de que o evento esportivo tem que se adaptar ao país que o sedia e não o contrário, isto é, não é o Qatar que vai se dobrar a pressão externa para fazer isso ou fazer aquilo, conforme querem os donos da FIFA e seus patrocinadores (entre eles a ressentida Budweiser).

Como não dá para discutir com o clima, o pequeno país árabe (tem metade do tamanho do Estado de Sergipe) começou mudando a data da realização da competição, que geralmente é disputada no meio do ano, para o período mais próximo ao final do ano quando as temperaturas são menos quentes por lá. Mas as reclamações com o calor também marcam os comentários dos jornalistas e turistas que já se chegaram ao país.

Em entrevista ao jornal “As” da Espanha, Hassan Al Thawadi, secretário-geral da Copa, respondeu a enxurrada de críticas que seu país vem recebendo: “Esta Copa do Mundo é provavelmente a mais comentada, antes mesmo de uma bola ser lançada. É lamentável que muitos desses comentários tenham se desviado (…) Muitas vezes sofremos com racismo, preconceitos e esteriótipos de longa data sobre o Oriente Médio e o mundo árabe (…) A beleza da Copa do Mundo é que ela atrai pessoas de todos os cantos do mundo, de todas as esferas e estilos de vida, e deixa um legado de amizade e compreensão que derruba mal-entendidos (…) Estamos entusiasmados em receber as pessoas e compartilhar a cultura de hospitalidade que prezamos como qataris e árabes. Temos orgulho de quem somos e dos valores que defendemos. Somos uma nação que sempre defendeu a abertura, o diálogo entre os povos e a união dos povos. Esses valores são a essência da Copa do Mundo.”

Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *