O título para a cidade foi estabelecido pela Lei 14.668, oriunda do projeto (PL) 81/2020, proposta pelo deputado Bira do Pindaré (PSB-MA), com parecer positivo da Comissão de Educação e Cultura (CE) em 8 de agosto, relatado pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), que fez com que a norma fosse provada pelo Congresso, sancionada pela presidência da República e publicada nesta terça-feira (12), no Diário Oficial da União.

O reggae nasceu no final da década de 1960, a partir de uma combinação do ska do Caribe com o blues dos Estados Unidos, feita por músicos negros jamaicanos, descendentes de escravos, que criaram um ritmo alegre, dançante e que falava da condição de vida desses trabalhadores. Chegando ao Brasil uma década depois, através das ondas de rádio, o reggae encontrou na periferia de São Luiz abrigo, proteção e carinho da população local que lhe conferiu características próprias como a dança “agarradinho”, feita por casais que se embalam juntinhos e as “radiolas”, que são as tradicionais paredes formadas por caixas de som.

Atualmente, a cidade de São Luís é recheada por centenas de radiolas manuseadas por Djs que as mantém sempre a pleno vapor, difundindo o som de bandas locais, que não param de proliferar, misturadas a colaborações estrangeiras, principalmente “made in Caribe”. Em 2018 a cidade passou a abrigar o primeiro museu temático sobre o ritmo, fora da Jamaica, o Museu do Reggae Maranhão. O local além de reunir material diverso, como discos, instrumentos, vídeos e outros ícones históricos, também é um espaço cultural para a realização de shows, festivais, aulas e oficinas.

Na fala, nas gírias, nas roupas, nos adereços e ornamentos, na dança, na arquitetura pública… Em cada detalhe, em cada canto de São Luiz, o reggae está presente na vida dos maranhenses, sendo parte inseparável da identidade local. Estar na Capital Maranhense é respirar o reggae. Um amigo meu aqui do Rio Grande do Sul já hávia me sentenciado a anos atrás: “Trido de Jah é a melhor banda de reggae do mundo!”