INDIA AO ESPAÇO

Organização Indiana de Investigação Espacial (ISRO na sigla em inglês) entra para a História.
Agência Espacial Indiana em alta.

A Índia lançou com sucesso neste sábado (02/09) um foguete que leva uma sonda para estudar o Sol. Essa é a primeira missão solar da agência espacial do país asiático que na semana passada tornou-se o quarto país do mundo a realizar a façanha tecnológica de posar na Lua (os primeiros foram EUA, Rússia e China nessa ordem).

O lançamento do foguete com destino ao novo objetivo da agência espacial indiana foi transmitido ao vivo pela Organização Indiana de Investigação Espacial (ISRO, na sigla em inglês). Os cientistas da missão aplaudiram assim que o foguete decolou às 11h50 (horário local) da plataforma de lançamento na ilha de Sriharikota, no sul da Índia.

Levando a bordo a sonda Aditya-L1 (palavra hindi para Sol), o foguete a liberará na órbita terrestre de onde iniciará a viagem de 1,5 milhões de quilômetros até o chamado ponto de Lagrange 1 (L1). A partir deste ponto, ela irá registar a atividade solar, em particular a dinâmica dos ventos solares (emissão contínua de partículas subatômicas provenientes da coroa solar) e os seus efeitos na meteorologia espacial.

Inicialmente, a sonda orbitará a Terra por 16 dias, para ganhar velocidade aos poucos até seguir em direção ao ponto de Lagrange 1. A missão levará quatro meses para chegar nesse ponto, que mal chega a 1% da distância que separa a Terra do Sol. No entanto essa posição destaca-se por ser estável gravitacionalmente, deixando a atração entre os dois corpos celestes em equilíbrio, o que facilita a observação da estrela.

A Aditya-L1 está equipada com sete módulos para observar duas das camadas externas da atmosfera do Sol – cromosfera e coroa – e detetores de campos eletromagnéticos e de partículas. Segundo a agência espacial indiana, a missão tentará entender os efeitos da radiação solar nos satélites em órbita na Terra. A longo prazo, os dados da missão podem ajudar a compreender melhor o impacto do Sol nos padrões climáticos da Terra e a origem dos ventos solares.

A sonda pesa pouco mais de 1,4 tonelada e espera-se que permaneça em funcionamento por cerca de cinco anos. Embora a ISRO não tenha divulgado o valor da missão, a imprensa indiana estima que ela tenha custa cerca de 48 milhões de dólares (aproximadamente R$ 237 milhões). Um custo inferior a de outras missões similares de outros países que a antecederam nessa empreitada.

Com essa nova missão, a Índia passa a fazer parte do seleto grupo de países que enviaram sondas para estudar o Sol, entre eles, China, Estados Unidos e Japão, além da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

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