Publicada na edição do Diário Oficial de 19 de setembro de 2023, a resolução, que não tem força de lei e não prevê penas ou sanções para quem não a adotar e portanto serve apenas como recomendação oficial, desencadeou uma onda de mentiras (chamadas no estrangeirismo de fake news) requentadas pela malta estúpida desse pobre país em reconstrução.

No resumo da resolução (disponível em https://www.semesp.org.br/legislacao/resolucao-no-2-de-19-de-setembro-de-2023/) está disponível a informação:

Altera: Não altera nenhuma legislação.
Alterada: Não é alterada por nenhuma legislação.

Revoga: Não revoga nenhuma legislação.
Revogada: Não é revogada por nenhuma legislação.

Mas só o nome desse Ministério e desse Conselho, já mechem com os brios dos viúvos e viúvas do antigo governo. Em especial os trechos que tratam de banheiros e que arrepiaram os moralistas com dificuldades de interpretação de texto foram o artigo 5° e o inciso I do artigo 6°:

Art. 5º Deve ser garantido o uso de banheiros, vestiários e demais espaços segregados por gênero, quando houver, de acordo com a identidade e/ou expressão de gênero de cada estudante.

Art. 6° (…)
I – sempre que possível, instalação de banheiros de uso individual, independente de gênero, para além dos já existentes masculinos e femininos nos espaços públicos;

Pronto, falou em banheiro e com a palavra gênero na mesma frase, foi o que bastou para convicções do tipo mouristas sentenciarem que o projeto da esquerda de implantar banheiros unissex nas escolas está em pleno andamento.

Na tarde de ontem, deputados desmiolados divulgaram vídeos em suas redes sociais com teorias infundadas sobre essa suposta instituição dos banheiros unissex nas escolas brasileiras. As postagens viralizaram e foram repercutidas por outros parlamentares, como o ainda Senador pela República Lavajatista do Paraná.

Mais uma vez é necessário defender o óbvio:

Banheiro Unissex é como aqueles que existem em aviões ou ônibus intermunicipais, ou o que a gente tem em casa mesmo, se bem que nesses casos, são banheiros de uso individual, diferente do que temos na maioria das Escolas e até de outros locais públicos.

A resolução recomenda (mais uma vez saliento: não impões nada) que onde for possível se adote banheiros individuais como os que temos em casa.

Banheiros Unissex não são recomendáveis em escolas por gente sensata e quem acredita nisso tem deficit de lucidez. Quem divulga esse tipo de desinformação ou é imbecil ou tem cretinice adquirida.

A resolução fala em banheiros segregados e de preferência de uso individual. Embora saibam e defendam a segregação em vários níveis da vida social, os imbecis de plantão não admitem que outras pessoas usem essa terminologia e parecem não entender quando ela pode ser racionalmente utilizada.

A resolução, que é bem mais ampla do que a esquizofrênica crítica salienta, tem como objetivo principal promover a inclusão e o respeito e visa criar um ambiente onde todos os estudantes se sintam seguros e protegidos, independentemente de sua identidade de gênero.